“A centralidade do escritório acabou.” A frase, dita por Tobi Lütke, CEO da Shopify, no Twitter, abre o recém-lançado livro “The Nowhere Office”, de Julia Hobsbawm. Nele, a consultora e empreendedora faz uma espécie de manifesto sobre o que a vida no trabalho pode ser quando sai de cena a obrigatoriedade do espaço físico: “mais feliz, produtiva e funcional”, em suas palavras.
Não se trata de abolir espaços corporativos, mas do fim da ideia de um modelo único para todos. Julia propõe que, sendo o escritório uma espécie de epítome do trabalho moderno, ao questioná-lo, seja possível rever o que acontece dentro do fazer profissional, independentemente de onde ele aconteça, como o sentido que se dá, a forma como é gerenciado e como é remunerado.
A difícil notícia é para as lideranças: o “nowhere office” representa um momento em que não há mais certezas para chefes e gestores. Também por isso, o discurso da empreendedora encontrou certa resistência no mundo corporativo, até chegar aos editores ingleses que publicaram seu livro.
“Acredito que muitas pessoas, organizações e governos investiram alto no trabalho presencial. Este momento é um desafio, e tem um grande ponto de interrogação sobre se gestores vão encará-lo. Eles estão relutantes porque isso significa mais mudança, mais adaptação e menos controle”, diz Julia, em entrevista ao NeoFeed.